segunda-feira, 18 de abril de 2011

Seminários do El Mapa encerram com discussão sobre qualificação profissional

 
Os seminários do Festival El Mapa de Todos encerraram ontem na Casa de Cultura com o debate Qualificação Profissional - Gestão, políticas públicas e uso da internet, com coordenação do presidente da Força Sindical-RS, Clàudio Janta.

Janta abriu o painel afirmando que a qualificação profissional dos trabalhadores no Brasil tem dificuldades de concretização. Segundo o presidente da central, essa situação é perceptível do balcão do aeroporto à cafeteria que não serve o café e um pastel juntos para deleite do consumidor. O exemplo esclarece que falta treinamento, preparo e política pública que estabeleça programas de trabalho decente aos trabalhadores. Citou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os gargalos na sua efetivação quanto à importação de mão de obra e más condições de trabalho aos empregados brasileiros.

"Hoje temos muita cultura, muita teoria, mas falta técnica", afirmou Janta.

A exposição de Margarete Moraes, Diretora da Representação da Regional Sul do Ministério de Educação / Brasil, tratou dos processos governamentais para atender a abrangência cultural do Brasil. Relatou informações referentes a 27 estados percorridos pelo Sistema Nacional de Cultura e relembrou muitas ações do Ministério da Cultura quando Gilberto Gil era titular da pasta.

"Precisamos capilarizar a cultura na vida das pessoas", resumiu. Também comentou a necessidade de revisão da Lei Rounet, priorizando Cidadania e Cultura.

O músico Frank Jorge, que coordena o curso de Tecnológo de Produção Fonográfica da Unisinos/RS, agradeceu a oportunidade e elogiou o El Mapa. "É um esforço gerar esse evento, que tem a perspectiva de continuar. É uma qualificação pela música dos participantes latino americanos", disse.

Para ele, iniciativas como essa são importantes para a cidade. Destacou que na discussão sobre qualificação não se pode perder de vista a educação, formação e preparo para receber grandes eventos.

Jéferson Assumção, Secretário Adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul, disse novamente que o Estado precisa atualizar a pauta cultural e que falta o entendimento da cultura de maneira próxima à Economia, à Cidadania e ao seu valor simbólico. 

"Articular no interior do Estado políticas para participação do cidadão é uma preocupação da secretaria", afirmou.

Destacou ainda a necessidade de inserção do Estado no Mercosul e da integração ao restante do país.

O presidente da Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes), Talles Lopes, ressaltou que o que falta são processos de formação acadêmica capilarizados no Brasil. Acredita que a solução não esteja sair implantando cursos, mas sim oportunizar condições para reconhecimento dos sistemas práticos da qualificação profissional. Exemplificou com o caso de garçons que só aprendem a servir bem em eventos, realizando e participante de várias atividades da área.

"Qualicar a mão de obra passa por qualificar os festivais de música, temos que ter excelência também nos processo de autoformação, mostrando que isso acontece", disse.

O problema da prática autodidata é a falta de certificação. "Por isso o poder público tem que incentivar esses processos", concluiu.

O último a falar foi o vocalista do Nenhum de Nós, Thedy Côrrea, que deu um depoimento pessoal dizendo que já enfrentou problemas de crítica não construtiva sobre seu trabalho e, por fim, elogiou o El Mapa.

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