quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mínimo regional Centrais se reúnem com Tarso Genro e reafirmam propósito de recompor piso


 
Em audiência com o governador Tarso Genro, realizada na manhã de hoje, os representantes das centrais sindicais ouviram dele que a negociação com as centrais sindicais é muito importante para o debate do reajuste e da política de recuperação do piso. “Temos uma posição muito clara: somos a favor do salário regional, queremos elaborar a retomada de recuperação do piso e vamos negociar com todos os setores”, afirmou.
O executivo gaúcho deverá apresentar a proposta de reajuste do governo no final da tarde de hoje (23/02) e encaminhar o projeto para a Assembleia Legislativa.
Para Carlos Pestana, chefe da Casa Civil do governo do Estado, a recomposição gradual do poder de compra do piso regional é o objetivo do governo, o que estará expresso na proposta que será encaminhada para a Assembléia nos próximos dias. Ele propôs que, no legislativo, se crie uma comissão para construir as políticas de recuperação do piso, após a votação do reajuste.
 
Centrais negociam até 12,59%
As centrais defendem um reajuste de 17,33%, o correspondente à média do PIB dos últimos dois anos, no Estado, acrescido do INPC acumulado dos últimos 10 meses, mais um percentual do acúmulo da perda do piso regional, desde sua criação, em 2001 com a recuperação do valor histórico dividida em duas parcelas.
Outra alternativa está na divisão do percentual de acúmulo da perda do piso regional em quatro parcelas, o que resultaria num reajuste de 12,59%.
 

Guiomar Vidor, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, no Rio Grande do Sul acredita que a proposta alternativa reconsidera o pedido inicial de recomposição das perdas em duas para quatro parcelas, o que representa um reajuste de 12,59%. “Além da recuperação paulatina, reivindicamos a instituição de uma política salarial permanente de reajuste para o piso, pois entendemos que esse é um fator importante para a estabilidade e para institucionalizar um processo de democratização da renda em favor dos que mais precisam.
 
Mário Lima, economista da Força Sindical-RS, defende o aumento real e a recuperação do piso com base no desempenho da economia gaúcha, cujos índices de crescimento são favoráveis. Segundo disse, o piso regional valorizado favorece a oxigenação do mercado com o fortalecimento do poder de compra, o que é de interesse de empresários e indústrias gaúchas.

Em Santa Catarina, cuja economia não apresenta a mesma força da economia gaúcha, o piso regional é de R$ 630, enquanto no Rio Grande do Sul, o valor deve chegar a apenas R$ 600.
 
Saudando o trabalho unitário das centrais, Oniro Camilo, vice-presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores no estado (NCST/RS), confia na possibilidade de recuperar o valor do piso, hoje defasado em quase 30% do valor de quando sua criação, em 2001, a partir da aplicação do índice de 12,59%.  
 
Para Celso Woyciechowski, presidente da CUT-RS, a proposta apresentada pelo governo de reajuste de 10% para o piso não satisfaz o movimento sindical, por isso a contra-proposta das centrais defende a majoração no percentual de 12,59%, como caminho para buscar um acordo. No entanto, o cutista acha que será preciso dialogar fortemente na Assembléia Legislativa. Segundo Woyciechowski, é fundamental que o governo esteja aberto a negociações.
 
Ricardo Franzoi, supervisor do Dieese/RS, comenta que não é a primeira vez que o governador declara a intenção de recompor, mesmo gradualmente, o poder aquisitivo do piso, recuperando em relação ao salário mínimo. Ele considera o índice de 5% de aumento uma boa proposta, pois sinaliza com uma política de recuperação para os próximos anos.

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