quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Piso regional - Centrais entregam proposta de reajuste do piso em 17,33% ao governador do RS

Barbosa, primeiro da esq para a dir, e Tarso no fundo ao meio 
As centrais sindicais entregaram a proposta de reajuste do piso regional em 17,33% para o governador Tarso Genro na tarde desta terça-feira no Palácio do Piratini. O documento, além da proposta, dos índices e da justificativa para o reajuste, representa o consenso das seis centrais gaúchas em propor a recuperação do piso regional e sua equiparação com o salário mínimo nacional. Tarso recebeu o documento e se disse receptivo a apoiar “propostas brandas”. 

O diretor da Força Sindical-RS, Luís Carlos Barbosa, disse que as negociações foram abertas e que o Piratini demonstrou vontade em manter diálogo direto com o movimento sindical, algo que esteve dissociado do governo estadual por algum tempo.

Conforme o supervisor do Dieese, Ricardo Franzoi, para um movimento que ficou oito anos solicitando audiência com o governo e não tinha resposta, o encontro do governador com os sindicalistas foi muito importante. Embora Tarso não tenha tocado em números, disse que na proposta do governo, desde a campanha, o salário mínimo regional é uma preocupação e que cumprirá com a promessa de valorizá-lo e de iniciar a recuperação do piso. “Estamos otimistas e esperamos que o reajuste supere o que vinha sendo aplicado nesses últimos oito anos, que era um reajuste baseado na inflação”, afirmou Franzoi.

Sobre as negociações com o empresariado, a expectativa é que os empresários enviem alguém para negociar com os trabalhadores, já que se tem um ambiente econômico favorável para o reajuste salarial. O ambiente para o diálogo é considerado também mais favorável. “Mesmo quando houve a discussão na Assembleia e na Casa Civil, os empresários se negaram a conversar em 2000 e 2001”, lembrou. 

Franzoi destacou que é importante nos processos democráticos ter as argumentações dos trabalhadores e dos empresários, com os deputados e o governador, a fim de que se tenha uma definição a partir do que alegam as duas partes.

As centrais serem recebidas mais cedo neste ano pelo governador foi o ponto mais positivo deste início de negociação pelo piso regional. O diretor da Força Sindical-RS, Luís Carlos Barbosa, acredita que este primeiro momento de apresentação de reivindicação das centrais acontece tendo em vista o currículo de Tarso e sua preocupação com os trabalhadores. 

“Temos tudo para estabelecer uma política permanente de recuperação do piso regional”, ressaltou Barbosa. Para ele, a forma que esse processo ocorrerá vai gerar muito debate. 

Hoje uma reunião com os empresários chegou a ser proposta para aproximar o setor da discussão. A base favorável ao governo na Assembleia é vista também como um ponto forte para aprovação de um reajuste melhor para os trabalhadores e de uma política permanente do piso regional e nacional, no sentido de transferir ganhos políticos para o Rio Grande do Sul.

João Alberto Fernandes, vice-presidente da CGTB, relembrou que na campanha eleitoral Tarso tinha um plano de governo que incluía a recuperação do salário mínimo regional. “O governo tem o entendimento de que o piso fortalece os trabalhadores, a indústria e o comércio, porque faz com que o dinheiro circule voltando na forma de impostos, mais consumo e na produção e novas indústrias”, enumerou Fernandes.

O viés popular do governo para valorizar o trabalhador foi destacado por Gelson Santana, diretor de organização da NCTS, a partir da reunião com Tarso. “Começou bem, é por aí que esperamos recuperar o piso com o governador comprometido com os trabalhadores”, garantiu.

Para Paulo Brack, presidente da UGT, a reunião de hoje demonstra a mudança de gestão que está no Palácio Piratini com o novo governo. “As portas se abriram para as centrais sindicais, fomos bem recebidos pelo governador, o que demonstra a boa vontade em receber a opinião e a sugestão dos trabalhadores gaúchos”, disse. 

Os sindicalistas saíram com a certeza de que assim que o projeto do governo estiver pronto, chamará as centrais para a apresentação de um plano que será enviado à Assembleia para então começar o debate junto aos deputados a fim de conscientizá-los da importância do piso regional para a categoria e no incremento para a economia do Estado.

Enoí León, assessor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) que representou a CTB, acredita que 2011 é a oportunidade de recuperar ao menos parte do que se perdeu do piso nos últimos anos. Dentre os motivos, destacou que o salário mínimo nacional não subiu tanto, então, se o piso regional subir um percentual maior, não haverá grande impacto como teria em outras ocasiões, além disso o atual governo é mais aberto ao diálogo e o seu partido foi que criou o piso.

Após a reunião com Tarso, os sindicalistas se dirigiram para a Assembleia Legislativa, onde às 16h tiveram uma audiência de apresentação da pauta ao presidente Adão Villaverde.

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