As centrais sindicais e empresários do setor industrial promoveram grande caminhada contra a desindustrialização da economia brasileira, em 26 de março/12, dia em que Porto Alegre comemorava 240 anos de vida. Clàudio Janta, presidente da Força Sindical gaúcha, declarou que a defesa da indústria e dos empregos era um presente que os trabalhadores e suas lideranças – com o reforço empresarial – davam à cidade. Cidadão portoalegrense, o sindicalista observou que a capital do Rio Grande do Sul seria mais alegre com novos empregos na indústria, que equilibrassem a balança que pesa para o comércio e serviços na cidade.
Voltando ao tempo, Clàudio Janta nasceu dias após a Capital celebrar 194 anos de idade e no dia em que fazia dois anos que o Brasil era governado por uma ditadura militar, que – já naquela época – era combatida pela geração que antecedeu a do líder sindical. Naquele 31 de março de 1966, nascia um homem que depois viria a denunciar os desmandos do regime de exceção e um lutador incansável das liberdades democráticas. Foi a geração de Cláudio Janta que atuou decisivamente para que houvesse a Anistia, as eleições diretas para presidente da república (as Diretas, Já!) e que consolidou o maior avanço nos direitos sociais já visto no país na Constituinte de 1988.
Na década de 80, Janta era visto vendendo jornais que denunciavam o autoritarismo, enfrentando a polícia e sendo alvo da ira dos que julgavam ser possível calar uma nação tão grande que hoje ostenta a posição de sexta economia mundial.
A vontade desse brasileiro de mudar o país era tal que ele se uniu aos estudantes e depois aos trabalhadores, com quem atua diariamente, defendendo a causa classista e sendo um embaixador dos direitos sociais. Veio dele a idéia de regular o horário de funcionamento do comércio aos domingos - por meio da convenção coletiva de trabalho dos Comerciários de Porto Alegre - realidade que durou uma década, quando ele coordenava o setor de Fiscalização do Sindicato dos Empregados no Comércio de Porto Alegre (Sindec).
Uma medida liminar, datada de 02/08/02, atendeu à Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a lei municipal 7.109/92 e retirou da classe o poder de estabelecer um rodízio humano para o trabalho aos domingos, especialmente para uma categoria profissional que não realiza serviço essencial. Segundo o despacho, o município pode legislar sobre horário e não os dias de funcionamento do setor.
Clàudio Janta é hoje presidente da Força Sindical do Rio Grande do Sul e segue perseguindo a justiça social, como nos primeiros dias de sua militância. Graças à gente como ele, os direitos sociais no Brasil são defendidos e não é à-toa que o Sindec é a primeira entidade sindical do mundo a inscrever na convenção coletiva de trabalho da classe a cláusula do Trabalho Decente, uma meta que deve ser buscada diariamente por sindicalistas e trabalhadores do Brasil e do mundo.
Por isso, o dia 31 de março hoje é lembrado como uma data importante da Semana de Porto Alegre e também o dia do aniversário de Cláudio Janta. Parabéns para todos nós!
Por: Renato Ilha, jornalista
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