sexta-feira, 25 de março de 2011

Faixa de Fronteira Palestrantes discutem números do emprego e investimentos da região da Fronteira

 
Franzoi em pé 
A primeira palestra da tarde continuou sobre o tema Trabalho na Fronteira com os convidados. O supervisor técnico do Dieese Ricardo Franzoi abriu os trabalhos traçando a evolução do emprego na Faixa de Fronteira. Ele apresentou dados que demonstram o grande número do mercado informal de emprego na região. "Há uma grande possibilidade do trabalhar estar no mercado informal e não estar nas estatísticas", disse Franzoi.

Segundo o técnico, também não cabe mais a expressão Metade Sul, porque existe uma necessidade latente e particular da Fronteira. Ele sugere que o governo estadual crie a Secretaria da Fronteira para tratar dos problemas da região.

Em municípios como São Borja, Bagé, Quaraí, Barra do Quaraí e Alegrete a taxa de emprego formal é de 20%. Outros lugares como Candiota apresentam melhores dados de emprego porque a aumentou a fiscalização do Ministério de Trabalho e Emprego para a formalização em carteira assinada, informou o presidente da  Força Sindical-RS, Clàudio Janta.

 Franzoi falou ainda na importância de fixar o desenvolvimento nas cidades, não adiantando só empresas se instalarem e deixarem investimentos nos municípios e nem investir na qualificação profissional dos trabalhadores. Outra questão importante é diversificar a economia para não ficar dependente de um tipo de atividade apenas. 

Já o economista Mário de Lima, assessor da Força, abordou os aspectos econômicos oriundos de transferências e rendas que impactam direto nos cofres municipais. Segundo ele, 21% da receita de cidades como Uruguaiana e Quaraí contam com os repasses federais do Fundo de Participação Municipal, representando parte significativa no orçamento dos municípios. Mário sugere promover um desenvolvimento endógeno para manter a população na Fronteira. Citou ainda a valorização e melhoria das virtudes locais, o desenvolvimento de cadeias produtivas de forma transversal com os três entes da federação.

A lei que define a região de fronteira e que a exclui dos outros polos de desenvolvimento do Estado foi amplamente criticada pelas palestras da tarde. Segundo o economista a lei dos anos 1970 representa a exclusão institucionalizada.

Por fim, Mário sugeriu que o governo estadual adote as questões da região da Fronteira em uma câmara temática do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). Mário disse que depender do fundo de participação não é positivo para o município.

"O desenvolvimento da região depende de uma articulação de todos os atores sociais e que seja feita de forma multidisciplinar. É uma região em situação delicada, cujas projeções não são otimistas", afirmou.

O presidente Janta comentou a palestra de Mário e afirmou que o evento não mudará de lugar, pois interessa à Força promover a inserção da região no mundo do emprego e da renda. 

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