quinta-feira, 19 de maio de 2011

Audiência pública na ALRS trata da guerra fiscal; Setor calçadista quer alternativas para não entrar em crise

Para o sindicalista, o setor não se encontra em crise, mas aponta uma consequência de uma política industrial e empresarial predatória.
O vice-presidente da Força Sindical-RS, Walter Fabro, participou ontem de audiência pública convocada pela Assembleia Legislativa do RS (ALRS) para tratar dos problemas atuais do setor calçadista. Na semana passada, cerca de 700 funcionários da Vulcabras/Azaleia de Parobé perderam o emprego de uma hora para a outra em decorrência do fechamento da unidade da empresa no município. O assessor econômico da Força Sindical-RS, Mário de Lima, também estava na reunião.

A audiência, presidida pelo deputado estadual Cassiá Carpes (PTB) reuniu sindicalistas, trabalhadores, representante da Azalei, deputados e demais interessados na recuperação da situação que deixou em apuros grande parte dos trabalhadores de Parobé.

Wabro contou que a audiência no início teve o discurso de deputados que se prestaram a fazer suas falas e logo deixarem a reunião. Segundo o sindicalista, muitos participantes ficaram sem espaço para expor suas reivindicações.

Para o sindicalista, apesar do triste episódio de Parobé, o setor não se encontra em crise, mas aponta uma  consequência de uma política industrial e empresarial predatória. 

O presidente do Sindicato dos Sapateiros de Parobé, João Nadir Pires, filiado à Força Sindical-RS, participou das discussões.

Entre os pontos destacados no debate, estão que muitas empresas de calçados fecharam as portas nos últimos 20 anos, porém o impacto da Azaleia foi mais grave pela fama da empresa e por ter sido feito sem aviso aos funcionários. Os critérios para a destinação de incentivos fiscais por parte do governo do RS foi outro ponto bastante discutido. "Essa questão vai ter que mudar, o Estado, infelizmente, vai ter que entrar na guerra fiscal", disse Fabro.

Segundo Fabro, os movimentos do mercado obrigam o RS a entrar nessa disputa. "Ou o governo entra na guerra fiscal ou busca uma solução. Não é todo o setor que está em crise, mas mês a mês, nos últimos 20 anos, as empresas fecham. No balanço, estamos no negativo, embora empresas estejam se instalando no Rio Grande do Sul", explicou.
Hoje haverá nova reunião do setor e amanhã, quinta-feira, sindicalistas e trabalhadores realizam ato público de repúdio em frente a Vulcabrás/Azaleia em Parobé.
Acompanhe o resumo dos pontos discutidos:

- Pedido de flexibilização fiscal no incremento da produção do ano anterior da cadeia coureiro-calçadista;
- Exigência de que o Estado entre na guerra fiscal;
- Criação de Leis de Incentivo (LICS) no modelo de outras unidades da federação;
- Manutenção e ampliação das leis "antiduping".

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