sexta-feira, 13 de maio de 2011

Palestrantes enfocam ações atuais de desenvolvimento regional no RS

A 2ª mesa da manhã, sob coordenação do assessor econômico da Força Sindical-RS, Mário Lima, enfocou o Desenvolvimento Regional no Rio Grande do Sul.

Marcelo Danéris, secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), fez sua fala na direção de abordar o desenvolvimento regional de como foi pensado a nível de planejamento e agora de ação após a eleição do governador Tarso Genro. Relembrou as caravanas de campanha do então candidato. Foram três meses de viagens ao interior do RS e discussões diretas com as comunidades.
"Havia um acúmulo de debates na região que não estava sendo aproveitado foi o que detectamos primeiro, sem ligação com o governo do Estado. A proposta foi integrar essas questões e fazer uma consertação", disse Danéris, utilizando um termo comum do governador Tarso Genro. Outro ponto destacado foi uma certa desagregação entre Estado e Coredes. O vice-governador, Beto Grill, é o responsável dentro do governo pelo desenvolvimento regional. Outro ponto das viagens era que existiam problemas comuns entre as regiões, como a infraestrutura e educação.
Danéris explica que o RS tem aptidões diferentes, por isso há um movimento do governo a fim de agregar as universidades das regiões com pesquisa para, por exemplo, extraior recursos naturais a partir de técnicas sustentáveis. Caso da extração do carvão na região sul do Estado, uma das com maior dificuldade de desenvolvimento. "Como se fazer isso? Toda a região tende a ganhar. Todos esses diagnósticos foram feitos durante as caravanas", contou Danéris.
Em termos de ação, após o governo eleito, há atividades articuladas na Secretaria de Planejamento com a realização de reuniões com os Coredes e demandas das caravanas para montar o Plano Plurianual do Estado (PPA) na iniciativa "Caravanas CDES", com metas de investimentos e aportes do governo para os próximos quatro anos. Além disso, haverá relatório para ação direta a partir da visita às regiões, com articulação entre gabinete do vice-governador e Conselhão. Há perspectiva de reunir diversas secretarias na movimentação do desenvolvimento regional, em sintonia com Uergs, Sistema S e demais entidades colaboradoras.
Lélio pediu ao secretário do CDES mais atenção à extração de carvão e o desenvolvimento da região Sul, considerando ainda que a presidente Dilma Rousseff conhece profundamente a questão, uma vez que foi ministra de Minas e Energia no início do governo Lula. Outro diretor a questionar Marcelo Danéris foi Cláudio Côrrea, que perguntou sobre os incentivos fiscais e o fechamento da Azaleia em Parobé após o apoio do governo gaúcho à empresa e o uso de mão de obra de outros Estados no polo naval. Ele questiona o que o governo pretende fazer para mudar essa realidade.
O secretário CDES afirmou que o governo trabalha para colocar uma rede gaúcha a serviço das riquezas locais. "Temos nossas universidades e temos que passar para a segunda fase de nossos arranjos produtivos, um exemplo que temos é do setor da viticultura", citou Danéris.
A Secretaria Estadual da Ciência e Tecnologia está inserida em convênios para colocar as cadeias para funcionar, exemplificou como ação o secretário. Investimentos do Badesul também foram citados. Sobre o setor coureiro calçadista, Danéris disse que em reunião esta semana nem os líderes do setor sabiam da ação da Azaleia. Ele repetiu a crítica do governo à postura da Azaleia. "É o caso do capitalismo parasitário, desrespeito aos trabalhadores, à prefeitura, ao governo do Estado", disse Danéris.
O governo está procurando, junto ao Ministério Público, uma maneira de acionar a empresa e vai alterar as regras dos incentivos fiscais para garantir que as empresas se comprometam ao desenvolvimento com período garantido, sem colocar de uma hora para a outra 800 funcionários em situação de desemprego. "Foi um absurdo", disse Danéris.
Três eixos do governo, incluindo câmara temática do CDES, trabalharão sobre a questão calçadista articuladas no governo do Estado.
A agricultura familiar também tem atenção especial do governo, com o compromisso de assentar mil famílias. No cooperativismo, o governo vai lançar, através do Badesul e BRDE, linhas de incentivo para os pequenos produtores. Ele também sugeriu o pedido de audiência com o secretário da Agricultura, Ivar Pavan, para apresentação de demandas. O diretor da Força Verde, Lélio Falcão, entregou o certificado de participação ao secretário do CDES, Marcelo Danéris.
Na mesa sobre as ações concretas de desenvolvimento regional no RS, seguiu com a palavra o economista Adalmir Marquetti, presidente da Fundação de Economia e Estatística (FEE), que enfocou os aspectos das disparidades econômicas no Estado e o desenvolvimento desigual. Ele propõe que se pense o desenvolvimento regional de maneira geral. "Se o Brasil não crescer, não vamos resolver nossos problemas. Esse é um ponto fundamental", destacou Marquetti.
Dentre os fatores que afetam o desenvolvimento regional, estão o crescimento populacional nas regiões, a especialização industrial, que causa mais desenvolvimento para determinada região em detrimento de outra. De modo negativo, a concentração de propriedade rural e de renda causam menor crescimento econômico.
No RS, a concentração populacional traz como efeitos que se ressaltam a concentração econômica e o freamento da expansão etária, com redução de população jovem. "O governo parece que vai enfrentar essas questões das diferenças regionais, que não são fáceis e devem ser resolvidas, sob a pena da população do Estado se reduzir", opinou o economista da FEE.
Manoela Lopes, economista Coordenadora dos Fóruns Temáticos de Infraestrutura e Inovação e Tecnologia da Agenda 2020, falou sobre os propósitos da Agenda 2020. Segundo ela, é um movimento da sociedade com visão de longo prazo e o propósito, iniciado em 2006, é tornar o RS um Estado com melhores condições para se viver e trabalhar até 2020.
A entidade trabalha com fóruns temáticos, sendo o de desenvolvimento regional, um deles. Dentre os pontos positivos do Estado, está como um dos melhores locais para negócios e conta com mão de obra qualificada. "Necessidade de política de Estado e não de governo é um desafio no Rio Grande do Sul e também do Brasil", disse Manoela.
Regiões não estruturadas não trabalham de forma articulada e dificultam obtenção de resultados. "Isso a gente vê na educação profissional, com atores não dialogando, colocando cursos não específicos e de acordo com a aptidão da região", explicou Manoela.
A Agenda 2020 propõpe o estabelecimento de pauta mínima, articulação nas regiões funcionais de planejamento. Outro assunto destacado na Agenda 2020 são os parques tecnológicos, através do desenvolvimento de políticas públicas, aproveitando as instituições de ensino do Estado. "A ideia é interiorizar esse conhecimento tecnológico, criando ambientes de desenvolvimento no interior do Estado com o trio setor público, cadeis produtivas e universidades", frisou Manoela.
O mote do projeto apresentado por Manoela demonstra forte teor na inovação tecnológica e articulação de conhecimentos. Ela lança como questão o que falta no RS para que as ações se concretizem e promovam o desenvolvimento com melhores condições de vida e emprego até 2020.
A colaboradora Jaqueline Sanchotene entregou certificado para o economista Adalmir Marquetti e Manoela Lopes.

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